Hoje temos uma infinidade de informações à nossa disposição.
As mídias sociais transformaram as pessoas em máquinas de
gerar conteúdo, ou melhor, gerar e publicar qualquer coisa em busca de algumas
visualizações.
Esta nova possibilidade também colocou luz em uma antiga,
mas nunca abandonada, moda, que é mostrar o que não somos para os outros
(status), melhor, o que queríamos ou queremos ser, enquanto a realidade é dura,
sem graça, cruel e monótona, a tal ponto que nos impede de reagir, nos
transformando em meros espectadores da novela da vida alheia.
Os perfis destes que fazem vidas de mídias sociais passam
por: fotógrafos de finais de semana, os fazedores de "check-in"
viajantes, as baladeiras, os escritores de versos copiados sem a devida
atribuição dos créditos, os copiadores da palavra de Deus que o fazem fora do
contexto, a fim de se ter o pretexto de manipular o texto em atendimento a um
contexto de causa própria, os revoltados sem justas causas, os de esquerda, os
de direita, os provadores de comidas "check-in" de restaurantes, os
esportistas e todos os outros que você conhece e já viu no seu feed de
notícias.
É, a vida real e seus desafios são muito difíceis mesmo!
Gostoso mesmo é ficar vigiando, julgando e imaginando coisas sobre a vida do
outro como um juiz espectador ou um espectador juiz, não importa a ordem,
porque assim esqueço da minha vida fútil e sem graça.
E sigo feliz neste jogo de loucos, tentando mexer nas
pedrinhas de um tabuleiro de damas que a minha pequenez atribuiu autoridade e
autonomia. Mas logo vem em tom apelativo a voz da consciência: "Meu caro
juiz espectador, cada pedrinha deste tabuleiro que você julga e joga como se
fosse um joguete, não seria um ser humano? Você não acha que na tentativa de
manipular este jogo você pode estar fazendo um papel que só Um tem a autoridade
e poder para fazer?" - Volta a minha pequenez dominante - Ah, não sei! O que
importa para mim é estar sempre no comando. Depois! Depois posto umas passagens
sobre a vida Deste Um aí, dentro do meu contexto, e estou perdoada! Não é assim
que funciona?
Mas o que realmente estas pessoas querem? O que querem
mostrar? A quem querem atingir, ferir? Por que? Para que? Qual necessidade é
esta?
Triste realidade que vivemos.
Vida vazia!
Muito pertinente, incisivo.
ResponderExcluirProvidencial
Obrigado Jurandir.
ExcluirEsta é a escrita que ajuda o autor a organizar seus pensamentos, diante do caos em que vivemos. Parabéns, Miledi. Continue escrevendo.
ResponderExcluirObrigado Tio André. Tio Paulo e você sempre me inspiram!
ExcluirSer versus parecer. (Ou fazer de conta.)
ResponderExcluirTem razão, Miledi, a questão é antiga e as redes sociais a ampliaram enormemente.
Vale a pena pensar nisso.
Ótimo, blogueiro!
Obrigado Tio, é verdade, o poder das mídias sociais é enorme, para o bom e para ruim.
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