sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

BANALIZAÇÃO DA MORTE


Encerro esta semana muito decepcionado com a humanidade. Tantas coisas que poderíamos fazer em prol do bem, e as pessoas escolhem sempre o caminho do mal.

Vendo o tratamento que a grande maioria vem dando à morte da Dona Marisa, esposa do Sr. Lula, vejo o quanto temos ainda que evoluir.

Só aqueles que viveram o drama de um familiar em morte cerebral sabem o que o Sr. Lula e familiares passaram e estão passando.

O tempo não passa, o protocolo médico é necessário, a esperança é a última que morre, e morre com o fim do infinito tempo do tal protocolo.

Depois vem a frieza da situação, o familiar já está morto, agora é tratar da documentação para o enterro, tudo muito frio, muito 'normal' para aqueles que tratam diariamente com essa situação.

A dor? A dor está lá, forte, doida, porém ainda anestesiada pelo estado de choque.

Passar por tudo isso sendo um cidadão comum já é muito difícil, imagino passar por tudo isso com os mais diversos apelos e manifestações de ódio. Imagino que chega a ser insuportável.

Finalizo este depoimento com um apelo que é o mote do meu primo Ygor Marotta, precisamos de 'mais amor, por favor'.

Nunca devemos esquecer que o Único que virá julgar os vivos e os mortos é Aquele que está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, Jesus!

Míledi Brasil

6 comentários:

  1. Concordo plenamente, Miledi. E temos experiência, não é mesmo! Não é hora para ódio; no mínimo, respeito pela dor alheia. Parabéns!

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  2. Muito bem, Miledi!
    E acrescento: trata-se de banalizar a morte porque se banaliza a vida. Ambas merecem respeito e discernimento. Um pouco mais de sensibilidade não faria mal a este mundo.
    "No son los muertos los que , en dulce calma, la paz desfrutan de una tumba fria. Muertos son los que tienen muerta el alma, y viven, todavia."

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  3. Parabéns pela reflexão!!!
    As pessoas precisam se dar conta de que humor não é "vale tudo". Precisam se dar conta de que há algo errado em sentir prazer com o sofrimento ou a desgraça alheia. Precisam se dar conta de que sectarismo também deve ter limite (o limite é o reconhecimento do outro como ser humano, ainda que adversário ou inimigo - ser humano que é criatura de Deus e que, portanto, merece ser respeitado em sua dor e tragédia).
    As pessoas precisam se dar conta de que quem semeia e cultiva o ódio, contribui para ter uma sociedade em barbárie.
    Nesse contexto, sua reflexão é preciosa, pois nos convida a avaliar qual tem sido nossa contribuição pessoal para o mal que acusamos no outro. É como nós colocar em frente ao espelho.
    Refletir dessa forma consiste em praticar os ensinamentos de Cristo e chamar os irmãos à reflexão sobre como cada um contribui para o que vivenciamos em comunidade.
    Mais uma vez, parabéns! Excelente iniciativa!!!!

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  4. Respostas
    1. É uma honra ter seu comentário aqui e principalmente de uma pessoa que tem total condição de escrever o que quiser com maestria, como faz com seus livros, dizer que gostaria de ter escrito um texo meu. Feliz de mais e obrigado pela leitura!

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